Análise da Conversação - Luis Antônio Marcuschi


Resumo: Análise da Conversação

 

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Análise da conversação. 5. ed. São Paulo: Ática, 2000. 94p. (Princípios; 82) ISBN 8508014961 (broch.).


É constrangedor quando estamos em um turno de conserva de dois  ou mais falantes e há  disgressões acerca do turno,  seja por fatores semânticos "uso de palavra que não são pertinentes de significados ao grupo que pertence os falantes,  por interromper o turno com outro assunto, tanto por terminar o turno e um dos interlocutores ficar sem resposta. Fatores culturais, socio-econômicos por exemplo influem muito para uma boa ou má comunicação verbal. Em debate de Políticos por exemplo, a comunicação verbal possue os interlocutores e um Mediador para organizar os turnos de conversas, se não houvesse  a mediação, o debate ficaria impossível de acontecer, e assim Marcuschi desenvolve uma ampla análise no que diz respeito a esse  e outros problemas na Comunicação de dois ou mais falantes.

O autor enfatiza que há boas razões para o estudo da conversação por ser a prática social mais comum no dia-ae-dia do ser humano e desenvolve a "adequação" para a construção de identidades sociais no contexto da realidade dos interlocutores.

Ressalta também a falta de informação sobre a nossa língua Portuguesa e aspectos sobre ela pertinente a uma boa comunicação entre  "nós" falantes da língua.

Marcuschi ainda afirma que a obra "Análise da Conversação" oferece subsídios relevantes para incentivo aos leitores para futuras conversações. Esse obra é composta de 10 partes as quais desenvolvem a Conversação em vários aspectos.

A primeira parte da obra  mostra como se iniciou na década de 60  na linha da etnometodologia e da antropologia cognitiva e preocupou-se até meados dos anos 70 sobretudo com a descrição das estruturas da conversação e seus mecanismos organizadores para estabelecer a coordenação de ações exaltam as habilidades  lingüística  primitivas dos falantes.

Segundo o autor o problema passa da organização para a interpretação. As decisões interpretativas dos interlocutores  decorrem de informações contextuais e semânticas mutuamente construídas ou inferidas de pressupostos cognitivos, étnicos e culturais, entre outros. A Análise da Conversação tem vocação empirista e tenta responder questões como: Como é que as pessoas se entendem ao conversar? Como sabem que estão se entendendo? Como usam seus conhecimentos lingüísticos e outros para criar condições adequadas à compreensão mútua? Esses aspectos são tratados no livro.

Segunda parte do Livro intitulado: A transcrição de conversações

Marcuschi trabalha então, nessa parte da obra com alguns exemplos de transcrição e explica problemas que podem ocorrer como: Falas simultâneas, sobreposição de vozes, sobreposições localizadas, pausas, dúvidas e suposições, truncamentos bruscos, ênfase ou acento forte, alongamento vocal, comentários do analista, silabação, sinais de entonação, pausa preenchida, hesitação ou sinais de atenção, indicação de transcrição parcial ou de eliminação. Enfatizando que Marcuschi fez essa análise  com base em um material empírico reproduzindo conversações reais e considera detalhes não apenas verbais, mas entonacionais, paralinguísticos e outros. 

Terceira parte do livro: Características organizacionais da Conversação

O autor nessa parte do livro propõe uma análise da organização elementar da conversação, onde coloca cinco características básicas constitutivas: interação entre pelo menos dois falantes, ocorrência de pelo menos uma troca de falantes, presença de uma seqüência de ações coordenadas, execução numa identidade temporal, envolvimento numa “interação centrada”. Ele discute essas características e esclarece o leitor dessa organização elementar da conversação.

Quarta parte do livro: Organização de turno a turno

Ele aponta então algumas questões para tentar explicar o assunto e as discute no livro, tais como: fala um por vez é a regra geral básica da conversação, quem tem a palavra e quando, falas simultâneas e sobreposições, pausas, silêncios e hesitações, reparações e correções. O autor explica cada um desses pontos importantes com exemplos e esclarece a organização de turnos de modo que o leitor possa compreender esse processo.

Quinta parte do livro: Organização de seqüências

O autor expõe que na extensão de dois ou três turnos e podem aparecer em qualquer lugar da conversação. Ele divide  capítulo em tópicos importantes como:

.Pares conversacionais: características e organização. O autor diz que a conversação consiste normalmente numa série de turnos alternados.

.Pergunta resposta: Uma das seqüências conversacionais mais comuns é a representada pelo par pergunta-resposta.

.Pré-sequências: são unidades, cuja, motivação é estabelecer coesão discursiva ou preparar o terreno para outra seqüência, ou unidades que contém uma asserção, como no caso de uma informação. O autor traz exemplos disso no livro e fala sobre outras formas de organização de seqüências.

Sexta parte do livro: Organizadores globais: o caso da conversação telefônica

Na análise presente nessa sexta parte do livro o autor vai se ater apenas a caso dos telefonemas. Isso ele explica pelo fato de no telefonema  canal de contato ser puramente lingüístico, e todos os problemas terem de ser resolvidos verbal e explicitamente, é uma das poucas conversações das quais se pode obter o início, o desenvolvimento e a conclusão integralmente. O autor então analisa uma conversa no telefone em todos esses aspectos citados.

Sétima parte do livro: Marcadores conversacionais

Pelos capítulos já vistos Marcuschi mostra que os marcadores do texto conversacional são específicos e com funções tanto conversacionais como sintáticos. Aponta classes de marcadores, tipos, funções e posições. O autor explica cada um desses pontos trazendo análises juntamente com exemplos e ao final do capítulo mostra que a abordagem não é completa e talvez sequer seja representativa. Serve de indicação para estudos futuros uma vez que os elementos são cruciais para se ter uma visão melhor do que é específico da fala e dão medida de naturalidade.

Oitava parte do livro: Coerência conversacional e organização do tópico

Como a conversação se dá em turnos alternados e com vários falantes, é impossível fazer a coerência recair nas produções individuais. Assim a coerência conversacional ao é simplesmente uma relação simétrica entre turnos consecutivos. Na conversação, ao contrário do que se dá no texto escrito, a coerência é um processo que ocorre na orientação temporal em que reversibilidade não se verifica. Daí a dificuldade segundo o autor que um falante tem de assegurar o tópico, uma vez que não pode programar o seguimento completo. Marcuschi fala sobre a organização do tópico e diz que no geral as conversações iniciam-se com o tópico que motivou o encontro. Uma conversação fluente é aquela em que a passagem de um tópico a outro se dá com naturalidade, mas é muito comum que a passagem de um tópico a outro seja marcada. Os marcadores de introdução de tópico não funcionam apenas para indicar que se está passando para algo novo, mas que esta passagem tem alguma razão de ser e deve ser notada, contudo é comum ocorrerem mudanças de tópico sem nenhum aviso. Neste caso é provável que concorram marcadores de outra natureza. A partir de então o autor traz exemplos sobre essa discussão e os explica.

Nona parte do livro: Observações finais

Acima de  tudo, o que se deve perceber segundo Marcuschi é que os sistemas organizacionais não foram propostos como normas para padrões de funcionamento e sim como procedimentos analíticos, 

Décima primeira parte: Bibliografia comentada. O autor traz os conceitos usados no livro e seus significados.

Conclusão:  

Nós devemos tentar ser os "Mediadores" de nós mesmos em turnos conversacionais e o que devemos considerar em síntese:" Enquanto um fala o outro escuta e assim por diante, com respostas  à perguntas, sem disgredir o turno ( mudança de assunto),  é difícil mas é essa a proposta dessa obra, incentivar o interlocutor em uma melhor comunicação.



Por Lady Hannah

Fontes: livro "Análise da Conversação" 

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