Berenice Conto de Edgar Alan Poe - Resumo e Análise
"Berenice de Edgar Alan Põe" |
Resumo do Conto "Berenice" de Edgar Alan Poe
Narrativa em Primeira Pessoa
Meu nome é Egeu, tenho um sobrenome ilustre e visionário, o qual não vou citar; nasci aqui nessa casa suntuosa e sombria, mas abastada de todo o conforto principalmente a biblioteca com muitos livros, a qual minha vida toda, fiquei nesse aposento, aliás não saía para nada devido a minha doença, que os médicos a denominaram "monomania", a qual não me deixava ter uma vida normal.
Nessa casa também vivia Berenice, éramos primos e morava conosco desde de criança, ao contrário de mim, Ela era saudável, reluzente e tinha todo vigor, os quais eu não tinha.
Um dia, Berenice adoeceu, uma espécie de epilepsia a acometeu, deixando-a sem vida a cada dia; eu tinha compaixão, daquele ser que outrora era tão esplendoroso e agora parecia mais uma morta viva.
Me apaixonei por minha prima, naquele estado, antes não a amava quando ela estava saudável, porque meus sentimentos não proviam do meu coração e sim do meu espírito, e Berenice para mim era para se "Admirar" , e pedi a sua mão em casamento e ela aceitou.
Certo dia na biblioteca, Berenice apareceu, tal como um Zumbi, mas abriu-me um sorriso e os dentes dela brancos, sem manchas, todos iguais me chamaram a atenção e eu tentei lutar contra a monomania, mas em toda a biblioteca e em todos os lugares eram os dentes dela, os quais eu via.
Tempos depois, numa manhã, recebi a notícia de que Berenice havia tido um ataque extremo da epilepsia que a acometia e morreu; fui até o quarto dela ver o cadáver, e percebi que o lenço amarrado entre sua cabeça e o queixo havia se desatado, e o os lábios se apertavam em um sorriso.
Ela fora enterrada, horas depois, eu não quis acompanhar o enterro, fiquei na biblioteca, pensando que eu tinha feito algo, mas não me lembrava o que. Eram por volta da meia noite um criado assustado adentra o recinto e diz sobre um túmulo violado e um corpo desfigurado, era uma mulher que ainda respirava.
Esse mesmo criado, após dizer essas coisas, apontou para minhas mãos, elas estavam sujas de sangue, apontou também para uma pá encostada na parede do recinto. Fiquei perplexo, me levantei e esbarreia na mesa, tinha uma caixinha com objetos de cirurgia dental, a qual pertencia ao médico da família, não entendi o que essa caixa estava fazendo ali, mas com meu esbarrão ela caiu no chão, além dos instrumentos cirúrgicos, estavam esparramadas no chão, 32 peças brancas e brilhantes como Marfim.
Possível Análise do Conto
Berenice é um pequeno conto de horror escrito por Edgar Allan Poe e publicado originalmente na Southern Literary Messenger 1835. Os leitores da época escandalizaram-se pela violência do conto e reclamaram ao editor da Messenger. Embora Poe tenha publicado posteriormente uma versão autocensurada da estória , ele acreditava que deveria ser julgado apenas pela quantidade de cópias vendidas, ou seja, o conto apesar de funesto teve boas vendas, e aguçou a curiosidade dos leitores.
O Conto se insere na Estética Literária Gótica, (a qual é uma vertente do Romantismo) por ser uma narrativa de terror demasiado; é narrado em primeira pessoa, um narrador Personagem de nome Egeu, ele descreve a sua vida numa prisão sem muros, pois possuía uma doença psiquiátrica, que o extinguia do mundo, tendo apenas a sua casa e enfatizando a biblioteca sua cela sem grades.
A doença era a Monomania trata-se de uma paranóia em que o indivíduo acaba se fixando em uma única idéia em sua vida por um longo tempo. Com isso, a sua vida se direciona para um canal ideológico e se molda ao redor disso. Assim, se torna refém de um único pensamento e acredita que isso define a sua vida e o seu mundo.
Infelizmente, esse tipo de paranóia acaba restringindo todos os aspectos do cotidiano de alguém. Basicamente, a idéia não se dissolve, corrompe e deturpa a real visão do ambiente em que se insere. Em alguns casos, os relacionamentos com algum portador desse problema se torna algo desgastante a se manter.
O Narrador cita a Prima Berenice e sobre a vitalidade dela, nesses momentos no auge de sua beleza e Saúde, ele não a amara; mas depois que a Prima adoece, apesar de sentir-se compadecido com o estado de saúde da Jovem, ele começou a admirá-la, e surgiu o amor " pois ele não amava com o coração e sim com o espírito", tanto que quiz se casar com ela o mais breve possível. Esse fato ressalta claramente a Musa inspiradora Romantismo (Mulheres geralmente provida de alguma doença, moribundas, as quais adoeceram principalmente por tristeza do amor impossível, são elas inatingíveis, no sentido de viverem em vida com ela; não é o caso de Berenice mas essa característica se enquadra no contexto do conto. Aliás tem um pessimismo muito grande na estória, pois as duas personagens principais (Egeu e Berenice), ambos doentes.
Um dia da porta da biblioteca Egeu avista sua noiva, cadavélica, quase morta, ele cita que a Jovem " não tinha pupilas". Ela sorri para ele e Egeu fixa-se nos dentes dela, é a doença dele, a Monomania manifestando-se; poderia estar nessa fixação a única parte de Berenice ainda vivo, aonde as poucas energias dela estava concentrada.
"O livro de Contos" |
Em uma manhã Berenice morre da epilepsia; Uma doença em que há perturbação da atividade das células nervosas no cérebro, causando convulsões. A epilepsia pode ocorrer como resultado de um distúrbio genético ou de uma lesão cerebral adquirida. Vai saber se a Pobre Berenice não havia levado uma queda, pois era saudável no passado. A epilepsia também pode matar subitamente durante o sono, por uma convulsão generalizada, e por atingir as regiões do cérebro, as quais regulam a respiração, pode-se morrer dormindo, por falta de oxigênio, supostamente isso, o qual poderia ter acontecido com a Jovem Berenice. Como Edgar Alan Poe, sabia disso, através de pesquisas, pois a Epilepsia é uma doença muito antiga, era denominada como possessões demoníacas ou como loucura ; mas no séc XVIII, foi desmembrada das doenças mentais e classificadas como doença física, mas o Dr John Hughlings Jackson (1835-1911). um importante neurologista Britânico, o qual avançou os estudos sobre a epilepsia, veja uma coincidência esse Doutor nasceu justamente na época da publicação desse conto.
Após o enterro da Ex Noiva, Egeu sentiu que havia feito algo, mas não se lembrava, o que era, pensou ouvir um grito estridente de mulher. Entra na sala da biblioteca um criado assustado, dizendo que um túmulo havia sido violado, Era o de Berenice, a encontraram machucada e desfigurada, e estava respirando. O que Egeu sentiu que havia feito, mas não sabia o que, era o que o criado ia lhe apontando, o sangue nas mãos, a pá encostada na parede, a caixa de instrumentos cirúrgicos dental, que caiu da mesa expondo além dos instrumentos, os 32 dentes de Berenice. Outra doença Psiquiátrica ressaltada na estória "a Dissociação, quando o indivíduo não se lembra dos atos que fez em um determinado espaço de tempo, e infelizmente agora Egeu tinha que viver com todas àquelas síndromes psiquiátricas e a culpa de ter machucado devido às referidas doenças a Pobre Berenice, a qual sobrevivera.
Mais sobre o Conto
O conto é todo envolvido à já citadas doenças psiquiátricas e cerebral, respectivamente de Egeu e Berenice, possivelmente seja uma estratégia do autor para culpar a doença e não a índole da personagem por esses atos de horror, ou seja, não podemos atribuir somente a maldade nos feitos abomináveis. Sobre Berenice, a questão da palidez e dentição, uma donzela doente que sucumbe ao sobrenatural, e retorna a vida terrena após retirar-lhe os dentes, talvez a temática se remeta ao Vampirico; mesmo assim é difícil encontrar um tema único para os contos de Edgar Allan Poe, um escritor Fantástico, realmente um Gênio da Literatura.
Um pouco de Edgar Alan Poe
Edgar Allan Poe (nascido Edgar Poe) ; Boston, em Massachusetts, nos Estados Unidos, 19 de janeiro de 1809 — Baltimore, em Maryland, nos Estados Unidos, 7 de outubro de 1849) foi um autor, poeta, editor e crítico literárioestadunidense, integrante do movimento romântico em seu país. Conhecido por suas estórias que envolvem o mistério e o macabro, Poe foi um dos primeiros escritores norte-americanos de contos e é, geralmente, considerado o inventor do gênero ficção policial, também recebendo crédito por sua contribuição ao emergente gênero de ficção científica. Ele foi o primeiro escritor americano conhecido por tentar ganhar a vida através da escrita por si só, resultando em uma vida e carreira financeiramente difíceis.
Foi casado com Virgínia Elliza Clemm, sua Prima, depois da morte dela em 1847, voltou-se ao alcoolismo e falei dois anos depois de causas desconhecidas, mas muitos atribuem ao alcoolismo.
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Fontes: livros de Literatura, Sites de artigos Psiquiátricos e Neurologia, biografias, Wikipédia
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