Análise da Poesia Ismália - Alphonsus de Guimaraens
"Alphonsos de Guimaraens" |
Afonso Henriques da Costa Guimarães, nasceu em Ouro Preto, MG em 1870 e faleceu em Mariana MG, em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal. Desde seus tempos de estudante colaborava nos jornais “Diário Mercantil”, “Comércio de São Paulo”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “A Gazeta”. Em 1895 tornou-se promotor de Justiça e, a partir de 1906, Juiz em Mariana, de onde pouco sairia. Seu primeiro livro de poesia, Dona Mística, foi publicado em 1899, ano em que também saiu o “Setenário das Dores de Nossa Senhora. Câmara Ardente”. Em 1902 publicou “Kiriale”, sob o pseudônimo de Alphonsus de Guimaraens" Sua Obra Completa foi publicada em 1960. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de Anjos, cores abstratas e virgens que se suicidam, mesmo assim, ele se casou teve quatorze filhos, mas nunca esqueceu sua Amada Constança.
A poesia de Alphonsus de Guimaraens representou significativamente o Simbolismo no Brasil. Projeta-se no panorama literário pelo sentimentalismo e musicalidade de seus versos.
Poesia mais famosa de Alphonsos de Guimarães, a Quadra Poética:
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu.......
Seu corpo desceu ao mar.....
Simbolismo
Surgiu na França, no final do século XIX, por Charles Baudelaire com o Poema "As Flores do Mal".
As principais características do Simbolismo são elementos místicos e transcendentais, subjetividade. A poesia simbolista está repleta de musicalidade, característica explorada sobretudo, pelo uso das figuras de som (aliteração, assonância, onomatopeia e paronomásia) e ainda, pela escolha de temas como o amor, o tédio, a morte e a espiritualidade humana.Essas características do Simbolismo se referem a linguagem e ao estilo de escrita feitas pelos escritores simbolistas.
Um Pouco mais sobre Ismália
O nome Ismália significa “Deus ouve” ou “Deus ouvirá”.Esse nome provavelmente é uma variante do nome Ismaela, o qual é o feminino do nome Ismael, de origem Hebraica. Um nome muito raro no Brasil que alcançou uma certa popularidade nos anos 70, provavelmente o Poeta escolheu esse nome no intuíto de destacar a simbologia do significado, por ser Bíblico.
Os símbolos que são características enfatizadas nos poemas simbolistas, estão enfatizadas em Ismalia, através da Lua, Mar, Céu, Torre, Asas, que formam o Pilar da Poesia.
As rimas são simples, mas a musicalidade é destacada, veja o trecho:
"As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu.......
Seu corpo desceu ao mar..."
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu.......
Seu corpo desceu ao mar..."
Aspectos Místicos, fuga da realidade subjetiva,
Veja o trecho:
"E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar..."
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar..."
O encontro do próprio "eu" nos devaneios de Ismália, refletem a loucura, aspectos psicológicos, fuga da realidade, veja o trecho:
"Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar."
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar."
Uma curiosidade muito intensa nessa Poesia é a semelhança que tem com o Mito "O Sonho de Ícaro" .
Dédalo foi preso no labirinto, junto com seu filho, Ícaro.
Para conseguirem fugir, ele teve a idéia de construir asas feitas com penas de gaivotas coladas com cera de abelhas. E, como era um grande inventor, suas asas realmente funcionaram e os dois saíram voando do labirinto e fugiram de Creta.
Porém, ao sentir-se livre como um pássaro, voando pelos céus, Ícaro pensou que era tão poderoso quanto um deus e voou cada vez mais alto, sem ouvir os conselhos de seu pai, que alertava para o perigo de um voo tão ousado.
O castigo pela ousadia não demorou. Pouco a pouco, o calor do sol foi derretendo a cera e descolando as penas, desfazendo as asas. Sem poder ajudar o filho, Dédalo assistiu horrorizado enquanto Ícaro despencava das alturas até cair no mar Egeu, onde acabou se afogando.
Esse mito é justamente a vontade humana de ser livre, ater-se aos devaneios, viver um mundo
de sonhos, realizar fantasias, e muitas vezes o ser humano vai ao extremo, além dos limites da sanidade, tal como na poesia Ismália e o Mito Sonho de Ícaro.
Por Lady Hannah
Fontes: livros de Literatura, Mitologia Grega, Sites históricos
BAUM MONTÃO!
ResponderExcluirbaumm msm ......xd
ResponderExcluirVale a pena Ouvir a música Ismalia de Emicida com Fernanda Montenegro recitando este poema inteiro
ResponderExcluirOlha que Legal vou ouvir com muito gosto, obrigada pela visita e pela informação 😊
ExcluirVale a pena Ouvir a música Ismalia de Emicida com Fernanda Montenegro recitando este poema inteiro
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